O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurológica que afeta a capacidade de uma pessoa prestar atenção, se concentrar e controlar impulsos. Liderar pessoas com o TDHA pode ser desafiador se você não souber dos passos a seguir.
Essa condição pode criar desafios significativos no ambiente de trabalho, tanto para os colaboradores que têm o transtorno, quanto para os líderes que precisam gerenciá-los.
Liderar pessoas com TDAH é um desafio que exige dos gestores uma mudança de mindset e de comportamento.
Os líderes devem compreender as características, as expectativas e as necessidades dos colaboradores com TDAH, e adaptar o seu estilo de liderança às demandas desse perfil de profissional.
Mas como fazer isso na prática? Quais são as melhores estratégias para liderar pessoas com TDAH?
Neste artigo, vamos apresentar algumas dicas e recomendações para ajudar você a gerenciar os colaboradores com TDAH de forma eficaz e produtiva. Confira!
1. Compreensão e educação
É essencial aprender sobre o TDAH para entender como ele afeta o indivíduo em termos de atenção, organização, foco e impulsividade.
Muitas vezes, os sintomas do TDAH são confundidos com preguiça, desinteresse, desorganização ou falta de comprometimento, o que pode gerar estigma, discriminação e conflitos no trabalho.
Por isso, os líderes devem se informar sobre o transtorno, desmistificar equívocos comuns e educar a equipe sobre o assunto.
Os líderes devem mostrar empatia e respeito pelos colaboradores com TDAH, e reconhecer que eles têm dificuldades reais, mas também potencialidades e qualidades.
2. Paciência
Pessoas com TDAH podem ter problemas para seguir instruções, cumprir prazos, manter o foco, organizar as tarefas, evitar distrações e controlar a impulsividade.
Esses problemas podem gerar frustração e impaciência nos líderes, que podem perder a paciência e criticar ou cobrar excessivamente os colaboradores com TDAH.
Por isso, os líderes devem ter paciência e compreensão, e evitar atitudes autoritárias, agressivas ou punitivas.
Os líderes devem lembrar que os colaboradores com TDAH não agem por má vontade ou desleixo, mas por conta de uma condição neurológica que afeta o seu funcionamento cerebral.
Os líderes devem buscar soluções construtivas e colaborativas, e não culpabilizar ou rotular os colaboradores com TDAH.
3. Comunicação aberta
Uma comunicação clara, objetiva e frequente é fundamental para liderar pessoas com TDAH.
Os líderes devem se comunicar de forma direta e simples, evitando ambiguidades, ironias ou sarcasmos. Os líderes devem explicar claramente as expectativas, as metas, as prioridades e os feedbacks aos colaboradores com TDAH, e verificar se eles entenderam e concordaram com as informações.
Os líderes também devem estar abertos a ouvir os colaboradores com TDAH, e demonstrar interesse e atenção pelo que eles têm a dizer.
Os líderes devem incentivar os colaboradores com TDAH a expressarem suas dúvidas, suas dificuldades, suas ideias e suas sugestões, e valorizar a sua participação e a sua contribuição.
4. Estabelecimento de rotinas e estrutura
Uma das maneiras mais eficazes de lidar com o TDAH é estabelecer rotinas e estruturas que facilitem a organização e o planejamento das atividades.
Os líderes devem ajudar os colaboradores com TDAH a criarem uma rotina de trabalho consistente, que inclua horários regulares para iniciar, pausar e encerrar as tarefas, e que respeite o seu ritmo e o seu estilo de trabalho.
Os líderes também devem oferecer ferramentas e recursos que auxiliem a organização e o controle do tempo, como agendas, calendários, aplicativos, lembretes, alarmes, cronômetros, etc.
Os líderes devem orientar os colaboradores com TDAH a dividirem as tarefas em etapas menores, a estabelecerem prazos realistas e a monitorarem o seu progresso.
5. Incentivo e reforço positivo
Pessoas com TDAH muitas vezes sofrem com baixa autoestima, falta de motivação e insegurança, devido às dificuldades e aos fracassos que enfrentam no trabalho.
Por isso, os líderes devem incentivar e reforçar positivamente os colaboradores com TDAH, reconhecendo os seus esforços, os seus acertos e os seus resultados.
Os líderes devem elogiar os colaboradores com TDAH publicamente, premiar os colaboradores com TDAH financeiramente ou simbolicamente, e promover os colaboradores com TDAH hierarquicamente, de acordo com o seu desempenho e o seu mérito.
Os líderes devem mostrar aos colaboradores com TDAH que eles são valorizados, apoiados e confiáveis, e que têm potencial para crescer e se desenvolver na empresa.
6. Flexibilidade
Pessoas com TDAH podem se beneficiar de um ambiente de trabalho mais flexível, que permita ajustes e adaptações de acordo com as suas necessidades e preferências.
Os líderes devem ser flexíveis e negociar com os colaboradores com TDAH aspectos como o horário, o local, o método e o ritmo de trabalho, desde que não prejudiquem a qualidade e a produtividade do trabalho.
Os líderes devem permitir que os colaboradores com TDAH tenham autonomia e liberdade para escolherem como, quando e onde trabalhar, desde que cumpram as suas responsabilidades e os seus compromissos.
Os líderes devem respeitar a individualidade e a diversidade dos colaboradores com TDAH, e não impor um modelo único ou rígido de trabalho.
7. Ajuda profissional
Pessoas com TDAH podem precisar de ajuda profissional para lidar com o transtorno e melhorar a sua qualidade de vida.
Os líderes devem incentivar e facilitar o acesso dos colaboradores com TDAH a profissionais qualificados, como psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos, neurologistas, etc.
Esses profissionais podem oferecer diagnóstico, tratamento, orientação e acompanhamento adequados para os colaboradores com TDAH.
Os líderes devem mostrar aos colaboradores com TDAH que buscar ajuda profissional não é sinal de fraqueza ou vergonha, mas de coragem e responsabilidade.
Os líderes devem apoiar os colaboradores com TDAH no processo terapêutico, e respeitar a sua privacidade e a sua confidencialidade.
8. Foco nas qualidades
Pessoas com TDAH não são apenas pessoas com dificuldades ou problemas. Elas também são pessoas com qualidades e talentos, que podem ser explorados e potencializados no trabalho.
Os líderes devem focar nas qualidades dos colaboradores com TDAH, e aproveitar as suas habilidades e competências.
Pessoas com TDAH podem ser criativas, inovadoras, dinâmicas, entusiasmadas, curiosas, persistentes, resilientes, entre outras características positivas.
Os líderes devem atribuir aos colaboradores com TDAH tarefas que estejam de acordo com os seus pontos fortes, e que despertem o seu interesse e a sua motivação.
9. Autocuidado
Liderar pessoas com TDAH pode ser cansativo e estressante, tanto para os líderes quanto para os liderados. Por isso, é importante que ambos pratiquem o autocuidado, ou seja, cuidem da sua saúde física, mental e emocional. O autocuidado envolve hábitos como:
- Dormir bem e suficientemente;
- Alimentar-se de forma saudável e equilibrada;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Evitar o consumo excessivo de álcool, tabaco e outras drogas;
- Buscar atividades de lazer e relaxamento;
- Cultivar relacionamentos positivos e apoio social.
O autocuidado ajuda a prevenir e a reduzir os efeitos negativos do estresse, da ansiedade e da depressão, que podem afetar o desempenho e a qualidade de vida das pessoas com TDAH.
Além disso, o autocuidado melhora a autoestima, a confiança e a resiliência, que são fundamentais para enfrentar os desafios do trabalho e da vida.
10. Trabalho em equipe
Pessoas com TDAH podem se beneficiar do trabalho em equipe, que permite a troca de conhecimentos, experiências e habilidades entre os colegas.
O trabalho em equipe também favorece a cooperação, a comunicação e a integração entre os membros da equipe, o que pode melhorar o clima e a cultura organizacional.
Por isso, os líderes devem estimular e facilitar o trabalho em equipe entre os colaboradores com TDAH e os demais.
Os líderes devem definir objetivos comuns, distribuir tarefas de acordo com as competências de cada um, promover reuniões periódicas e acompanhar o andamento dos projetos.
Os líderes também devem incentivar a diversidade e a inclusão na equipe, respeitando e valorizando as diferenças entre as pessoas.
Os líderes devem criar um ambiente de trabalho acolhedor, seguro e justo, onde todos se sintam à vontade para expressar suas opiniões, ideias e sugestões, sem medo de julgamentos ou preconceitos.
Conclusão
Para concluir, liderar pessoas com TDAH é um desafio que pode ser superado com compreensão, paciência, comunicação, rotina, incentivo, flexibilidade, ajuda profissional e foco nas qualidades.
Seguindo essas dicas e estratégias, os líderes poderão gerenciar os colaboradores com TDAH de forma eficaz e produtiva, e aproveitar o potencial, a criatividade e a energia dessas pessoas que têm muito a oferecer para as empresas.
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